Álbum
Altos e Baixos (2003)

Altos e Baixos
Ficha técnica
Músicos:
Hamilton Pinheiro – contrabaixo
José Cabrera – piano
Anderson Pessoa – saxofone e flauta
Allen Pontes – bateria
Participações especiais:
Félix Júnior – violão 7 cordas
Jaime Ernest Dias – violão
Gravação: Estúdio Mastering por Pauli de Castro
Mixagem por Hamilton Pinheiro
Masterização por Pauli de Castro
Capa e fotografia por Leonel Laterza
O início de uma voz autoral na música instrumental brasileira
Altos e Baixos marca um ponto de virada na trajetória de Hamilton Pinheiro. Lançado em 2003, o álbum é o primeiro registro em que o contrabaixista se coloca como compositor de música instrumental, trazendo à tona um universo sonoro que reflete suas raízes brasileiras com um olhar profundamente influenciado pelo jazz contemporâneo.
Com uma formação base de contrabaixo, piano, bateria e saxofone, o disco transita por gêneros como o samba, o choro e o baião — elementos centrais da identidade musical brasileira — sempre filtrados pela linguagem refinada do improviso e da liberdade rítmica que Hamilton absorveu ao longo de sua carreira. As faixas revelam um compositor em busca de sua própria voz, equilibrando sofisticação harmônica e espontaneidade rítmica.
O álbum foi inteiramente produzido e arranjado por Hamilton Pinheiro, que assumiu também a responsabilidade da mixagem. Essa condução artística direta reforça o caráter pessoal e coeso do trabalho, revelando um músico maduro que sabia exatamente o que queria expressar com sua estreia autoral.
As influências são assumidas com naturalidade: Tom Jobim e o grupo Dois de Ouro aparecem como referências da riqueza melódica e da tradição brasileira; já nomes como John Patitucci, Arthur Maia e Alain Caron ecoam nas linhas de baixo e na fluidez do discurso instrumental. O resultado é um trabalho que se equilibra entre o virtuosismo técnico e a sensibilidade artística — uma estreia autoral sólida, que antecipa o compromisso de Hamilton com a música feita com profundidade e identidade.
Altos e Baixos é mais do que o início de uma discografia: é a afirmação de um músico que, após décadas entre palcos e estúdios, decidiu dar forma às suas próprias ideias musicais. Um convite ao ouvinte para entrar em um universo onde o contrabaixo não apenas sustenta, mas conduz — com personalidade e lirismo — cada movimento da música.