Galinha Caipira Completa

Um dia, o cavaquinhista Márcio Marinho me ligou convidando para fazer um trabalho de quarteto que ele e o violinista Rafael dos Santos estavam montando e que eu era o contrabaixista para participar desse grupo. Chamaram também o baterista Rafael dos Santos. Estava formado o Galinha Caipira Completa.

Concordo… o nome é meio maluco. Precisávamos definir um nome para o grupo, pois havia um show marcado em um festival de jazz. Semanas se passaram e nada de ideias. Marcamos um almoço em um restaurante para definirmos como “batizar” o grupo e Rafael dos Santos disse “vou abrir esse cardápio e vamos encontrar um nome massa”. Encontramos!

Apesar de termos o cavaquinho como solista do grupo, funcionamos mesmo como quarteto. Cada um contribuía com suas melhores qualidades. Ensaiávamos semanalmente e pirávamos nos arranjos. Uma filosofia que levamos sempre conosco era: Não importa se é difícil de tocar. O que importa é ficar bom.

O trabalho foi baseado na música brasileira, porém com elementos musicais de várias partes do mundo. Abordagens rítmicas, harmonias densas, virtuosismo,… é o CD Galinha Caipira Completa.

Deezer: http://www.deezer.com/album/148547702
iTunes: http://itunes.apple.com/us/album/id1512329591
Spotify: http://open.spotify.com/album/1plYK4KYSWaRKAtoDGqGdE

Destaques

 

A música Mensageiro dos Ventos (Rafael dos Anjos) é uma peça longa, que viaja por vários climas, e é baseada em um “mantra” conduzido pelo violão. Existem várias mudanças de compassos, harmonias, melodias, tudo soando bem natural. Basta ouvir e imaginar um mensageiro dos ventos tocando ao movimento aleatório de uma brisa que você entende a música.

O solo de baixo é daqueles que a gente acerta “na veia”. Acho que foi o primeiro take completo da música. Terminamos com aquela cara de “caraca!!! Que massa!!!”. Tentamos fazer outros takes, mas esse foi o campeão. Trabalhamos nele para manter o solo.

 

Samba do grande amor, de Chico Buarque, já é complicada por natureza. Mas o Rafael dos Anjos conseguiu complicar ainda mais. A base de acompanhamento é toda cheia de convenções e frases, porém o samba ainda está lá por trás. Lembro que a gente precisou de uns 3 ou 4 ensaios só para conseguir tocar a música do início ao fim, rsss.

O solo é a parte mais maluca da música. É aquele tipo em que cada um vai para um lado, mas todo mundo se encontra em algum lugar. Para quem quiser descobrir a brincadeira, o compasso é bem mais simples do que parece.